segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Apócrifo

Escrevi e reescrevi o conto, mexe daqui, lapida de lá. Mas parece que forma alguma dá conta da pungência de algumas histórias proclamadas como reais. Eis então os fatos. Esperando que de fato alguém os conte.

Maria empoleirou-se no muro para xeretar o silêncio suspeito da casa vizinha. Deparou-se com a menina mirrada que, com força e acuidade, deslizava pela parte posterior da perna, sem sinais de dor, o caco de vidro que arrancava a pele negra que tanto a torturava, expondo a todos as chagas vermelhas que nunca seriam curadas. Maria desempoleirou do muro, guardou o coração no peito e jamais voltou a chorar.

2 comentários:

  1. É isso ai! "Que o que interessa é o movimento."

    Que vocês continuem fazendo boa viagem. Deus as acompanhe!

    Grande abraço!

    Moacir.

    ResponderExcluir
  2. Li, meu bem, alguém, mundo hispânico afora, dialogou com você:

    http://www.youtube.com/watch?v=0DMJa2khTIU

    ResponderExcluir